segunda-feira, 17 de maio de 2010

Quebra-pau do século: Contrato x Projeto Científico

Caros amigos,



Alguém deveria colocar o "contrato" no divã de um psicólogo e avisar-lhe que ele não é um "projeto científico". Seria uma terapia de longo prazo, onde lentamente seria retirado da cabeça do contrato a noção de que sozinho pode desenpenhar a função de um projeto científico. Além de equivocado, parece estar dopado de algum substância epistemológica desconhecida.



Magia negra talvez, mas não adiantaria. Após o decorrer de anos, o contrato ainda se sentiria como um projeto científico. Entre os contratos não há leitura, os colegas não se leêm entre sim... O projeto científico é mais leve, apesar de ser portador de problemas parecidos. Ainda existem os congressos. O contrato é duro, pesado, vazio, seco e perigosamente veloz. Um projeto ciêntífico é leve, solto, molhadinho, com equipe bacana, risonho, alegre, leve e brilhante como uma manhã ensolarada de domingo.

O contrato é rigoroso, empedrecido, triste, instantâneo, fatalista. Falar de contrato é falar do habitual, do dinheiro, do resultado. É melhor, nestes casos, ser boca de largatixa do que cola de jacaré.

O projeto científico é sutil, durável, com o pessoal comprometido, envolve conhecimentos individuais, valores e construção de conhecimento. Boas interpretações. Nesse caso é bacana ser criativo, volátil e servidor.


Essa é a quipe de Arqueologia de Rio Grande em 1984. Obrigado pessoal, por me ensinarem a diferença.

Instituições fazem contratos sonhando que tem um projeto científico. Negativo. Puro delírio. É bom saber. Um projeto científico têm metas, um contrato tem objetivos momentâneos. Um projeto científico tem compromisso com seus pesquisadores, um contrato os trata como massa de manobra e os coloca em posições commodities.

O contrato não é projeto científico.