quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Sítio arqueológico lítico no vale do rio Inhanduí



Importante registro da cultura material do centro do país.

O olhar é delicado e subjetivo. Milhares de relatos de projetos feitos e refeitos com números variáveis de sítios arqueológicos.

Por quê? Arqueologia é arte, é paixão e sensibilidade.

É óbvio que a técnica é importante. Uma prospecção, porém, vai muito além da matéria.

O equilíbrio entre a praxiologia e a fenomenologia está justamente nas zonas de confortos que deixamos pra trás.

São as sutilidades dos eventos em campo que fazem do cientista um agente epistemológico da construção epistêmica do saber.

Qualquer pessoa que, ao ler este texto, sinta ao estranho e que já sentiu a felicidade de descobrir um sítio arqueológico sabe ao que me refiro.

Episteme é coisa de alma.


O conivente nem sempre é novidade, pelo contrário, cai no mesmíssimo e na obsolescência.

Como diria Osho: "Faça o que faz o seu coração vibrar, apesar de todas as consequências."

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Consultoria Científica e Broadcasting

Amigos@

Para vocês que precisam de um auxílio na organização da equipe, contem com a nossa ajuda.

Será um prazer lhe oferecer uma parceria e assessoria na confecção de projetos, na revisão de relatórios, no marketing pessoal dos formadores da equipe, na liderança das atividades complexas e na melhora de orçamentos problemáticos.

Você terá:


  • Um consultor científico personalizado 24 horas por dia;
  • Você não terá que se preocupar com a opinião da banca sobre sua produção científica;
  • Terá condições de mudar o moral de sua equipe através do coating estratégico;
  • Auxílio na correção de relatórios e na interpretação dos dados;
  • Melhora na conceituação dos projetos e artigos;
  • Avanço da análise dos dados e compreensão do processo de publicação;
  • Auxílio para publicar os seus livros;
  • Colaboração em campo para equipes problemáticas ou com graves questões sociais entre os membros.
Tudo isso bem ao seu alcance.

Leve a meditação, o zen, a calma, e toda a atmosfera de paz profunda que fará com que sua empresa renda mais, produza mais e com melhor qualidade.

A consultoria científica que prestamos lhe oferecerá um arcabouço conceitual, fundamental na Ásia e no Oriente, mas que é raro no nosso mundo capitalista ocidental.

Somos especialistas em resolução de conflitos sociais científicos, de entraves sócio-teóricos que envolvam a vaidade e o ego. 

Aumente assim os rendimentos da equipe através do bem estar do convívio e da segurança afetiva entre os colegas.

Entre em contato

Dr. Marlon Borges Pestana
mbpestana1980@gmail.com
Whatsapp: (51) 8623-3756

Mummy of a man, Louvre. Egypt, Ptolemaic Period, 332-30 BC | Andrew's Social Media

quarta-feira, 11 de junho de 2014

O técnico e a interpretação científica


Diferente do que se poderia pensar, a instrução passa pela experiência básica do erro. Não é acertando todas as vezes que vamos nos melhorar no sentido técnico do termo. 

Nesse sentido, o erro é interessante, como valiosa lição no aprendizado científico. É errando e acertando que se vai ajustando a postura científica e, com o passar o tempo o técnico passa a dotar a atitude de um intérprete das manifestações culturais arqueológicas. 

Todos tem o direito universal de interpretação, muito justo, visto que nem todos temos a oportunidade de acesso ás muralhas inacessíveis da universidade. 



No entanto, é a experiência do trabalho assíduo e disciplinado, que favorece aquele que busca uma qualificação necessária, mesmo distante da acadêmia, ou por conveniência ou por necessidade do trabalho. 

Portanto, a experiência é instrumento necessário à todo aquele que precisa recorrer, muitas vezes a recursos inacessíveis. 


No campo da Arqueologia isso se dá na necessidade de lidar com o desconhecido, muitas vezes em campo ou na instituição, mas com a certeza que o tempo é o único fator favorável para a compreensão, não apenas das culturas, mas de toda a realidade metodológica, das organizações, das instituições. 



A calma e a paciência, nesse processo, são virtudes de fundamental importância. Pyerre Teillard de Chardin, o Jesuíta que descobriu o dominador do fogo, homem de Pequim, afirmava que a prudência nas interpretações só é observada nos profissionais que são profundamente coerentes.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

47 Leis do Arqueólogo de Contrato


Querido leitor,

Inspirado na obra de David DeAngelo, resolvi adaptar alguns de seus melhores pensamentos para as atividade de Arqueologia no Brasil. Já venho pensando nisso a algum tempo. Tenho observado que muitos descontroles, falhas e mal entendidos tem acontecido por causa da desatenção a estas mesmas regras básicas. A ideia não é criar um código de conduta ou mesmo algo estático, cristalizado. Mas comentar o que de fato tem sido um desafio na carreira dos colegas, inclusive na minha; por simples falta de atenção.

1. Aceite a realidade como ela é. Muitos sucumbem a esta primeira lei pelo simples fato de tentarem mudar uma estrutura criada antecipadamente por uma equipe tão qualificada quanto ele próprio. Só aceitando a realidade como de fato ela é, é que estaremos aptos a mudar algo a longo prazo.



2. Se responsabilize. Esta aí é a melhor receita para evitar esporro. Assuma responsabilidade, corra atrás e tome iniciativa. Tenha um estilo de agir que seja interessante para você e para os colegas. Esse passo é importante para reduzir tensões na equipe e aumentar a fluidez dos trabalhos.

3. Trabalhe (mude) você mesmo e não o projeto. Leia mais, se informe mais, esteja e se mantenha interessado. Detalhe: faça isso por Arqueologia! Esqueça as gorduras periféricas tipo patrimônio isso e patrimônio aquilo. Você precisa estar bem informado sobre ARQUEOLOGIA. Precisa estar na frente, conhecer os últimos conceitos, as teorias mais recente e melhor utilizadas. Estabeleça um hábito de leitura. Uma hora por dia é o suficiente. Pesquise na internet sobre as novas descobertas da Arqueologia, não só no Brasil, mas no mundo.

4. Acabe com seu lado covarde. Encontre o covarde que vive dentro de você e o chute para fora. Isso mesmo! Não permite que medos bobos o impeçam de viajar, pesquisar e conhecer o mundo. Seja ousado, aventure-se. Outro medo bobo é o da publicação. Supere isso. Publique tudo o que puder, onde puder e como puder. Exponha o seu conhecimento. De preferência o conhecimento Arqueológico. Eu chamo isso de archaeological broadcasting comum na Europa, na Africa e nos EUA. Mas completamente desconhecido no Brasil.



5. Construa uma auto-imagem capaz e poderosa que você ame. Tente identificar aquilo que há de melhor em você, seja no campo, laboratório ou gabinete. Especialize-se em você mesmo. Daí identifique uma auto-imagem bacana, que te traga bem e então faça ela evoluir. Isso está ligado com a aquisição de novas habilidades, novas técnicas de campo. Nunca deixe de evoluir no seu conjunto de habilidades e na sua imagem eficaz de execução das mesmas.

6. Mude o seu centro de referência, modelo de referência para dentro de você. Uma parte dos arqueólogos fica esperando a aprovação de suas ações. Buscar aprovação não é bacana. Existe um grupo de pessoas que tem a sua referência do que é certo ou errado através da avaliação externa de outros profissionais. Já um pequeno grupo de pessoas dominantes tem seu centro de referência interiorizado. Elas que decidem se estão certos ou errados, sem buscar a aprovação de ninguém. Acostume-se a isso, decida você mesmo se está certo ou errado.

7. Pare de transformar eventos externos em significados internos. Não seja emotivo demais, sentimental de mais, típico reclamão. Se o pau quebrou, houve discussão, debate e xingamento... não transforme estes eventos externos em significo interno, caso contrário irá andar por aí sempre magoado; porque essas coisas são mesmo frequentes. Infelizmente.

8. Acabe com os fracassos aprendendo com eles. Uma das coisas mais recorrentes na Arqueologia de contrato são os pepinos, os desastres, as confusões generalizadas e as pressas de entrega dos relatórios. Quando pisar na bola, mesmo que seja sem querer. Pare. Simplesmente pare e preste atenção no que saiu errado. Atenha-se a detalhes. Assim é possível aprender com o erro, colocando o evento desastroso em câmera lenta. Não se lamente, não se desculpe e principalmente não se explique. Apenas aprenda com o erro para não repetir.

9. Compare seu progresso apenas com você mesmo e não com os outros. Suas participações em eventos, suas publicações e suas glórias só interessam a você mesmo. Sempre vai ter alguém com mais louros acadêmicos. Supere isso. Veja o quanto progrediu olhando para o seu passado. Nunca se compare com o progresso dos outros. Na verdade quanto menos pensar nos outros melhor. Se concentre em você. E evolua, sempre.



10. Desenvolva constantemente e com consciência - sempre busque o próximo nível ou paradigma. Um dos grandes desafios dos profissionais é que eles travam. Param no tempo. Não se atualizam e muito menos procuram novas saídas. Para os jovens: arriscar-se mais. Para os mais sêniors: tentar novos métodos. A Arqueologia têm milhões de probabilidades, evolua e descubra quais as que melhor se adaptam a sua nova fase de vida.

11. Veja a si mesmo como "alto nível científico". As empresas no mundo inteiro contratam profissionais que tragam coisas interessantes e úteis. Nenhuma corporação contrata aluno, então se você acha que vai entrar numa empresa para aprender. Muda de vida. Veja a si mesmo como portador de um conhecimento útil, que irá ajudar os seus colegas e a você mesmo. Entenda que o conhecimento é o que há de mais valioso na Arqueologia. E ele só pode ser encontrado num lugar: na sua cabeça. Ah e lembre-se: chefe não é professor.

12.Pare de se desculpar. Uma parte dos arqueólogos se desculpam por coisas simples. Como se estivessem inseguros de si, pedindo desculpas toda hora. Parece que pedem desculpas por serem eles mesmos. Essa regra tem muitas exceções, como toda regra. Mas em geral, no pior dos casos, você não fez nada de errado. Está trabalhando e eventualmente trapalhadas acontecem. Conheço muitas pessoas que ficam esperando as suas desculpas, certamente que isso lhes atribui poder. Evite isso parando de se desculpar.



13. Pare de buscar aprovação. Buscar aprovação é um termo psicológico que indica pessoas inseguras. Toda a sua postura corporal está em buscar aprovação dos outros, supostamente superiores. Ombros encolhidos, risadinhas para qualquer coisa, olhar baixo, não fazer muitas ondas. Você não precisa de aprovação de ninguém. Então: ande ereto, queixo na altura do horizonte, segure os ombros atrás.

14. Pare de dar aprovações para consegui-las. Os buscadores de aprovações normalmente dão aprovação para os outros. Concordam com tudo. Estão sempre tentando agradar. Sempre deixando todos confortáveis. Têm um medo terrível da desaprovação dos outros sobre seus atos e comportamento. É inseguro. Então, pare de dar aprovações para consegui-las. Você faz isso quando ri das piadas sem graça dos colegas, quando tenta agradar concordando, quando faz muitos favores, etc.

Próxima semana me concentro na segunda parte desta postagem. São três partes ao todo. Por favor comentem. Caso estejam interessados em conversar sobre este tema é só add no msn: marlonpestana@hotmail.com ou me sigam no twitter: @marlonbp

domingo, 28 de novembro de 2010

Arqueologia Histórica na Mata Atlântica - O Fortim Português que se tornou engenho

Algum tempo atrás, eu e um colega de empresa encontramos uma estrutura muito antiga no meio da Mata Atlântica no litoral paulista.

Apesar de ser muito parecida com um fortim português do século XVI, ficamos sabendo através dos pesquisadores de Santos, de que se tratava de um engenho muito antigo.

Acontece que estávamos fazendo uma pesquisa numa área inédita, ilhada no interior de grandes margens de mangues e gamboas e, nesse espaço, ninguém havia percorrido desde a época da colônia. 

Veja o vídeo que gravamos no local: 


Depois que publicamos a descoberta nas mídias sociais, duas ou três entidades históricas da região disseram que já tinham o conhecimento da estrutura histórica.

Mas na verdade, não tinham noção da existência do significativo patrimônio histórico na região.

Tratava-se de um Forte Militar Luso-Brasileiro do início da colônia, construído entre 1532 a 1580, posteriormente tornou-se o engenho de um rico fidalgo português, entre os séculos XVII e XVIII, tendo sido completamente abandonado no início deste último século.


Fica o registro, foi muito bacana ter estado no local, no chão observamos faiança portuguesa antinha estilo aranhões e wave, bastante característico do período.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Costumes e Desafetos: diarréia do antiquário



barakatgallery:   Polychromed Stone Fu Dog... | Andrew Ledford Views
É, de fato, eles não o tem. Basta ser arqueólogo para saber o valor de escavar ao sol. Sentir a pele ardendo; caminhar horas para, muitas vezes, nada encontrar. Somos em geral pouco sentimentais. Mas o que é nosso, é nosso! Veja nós: você e eu. Não nos conhecemos... sei que temos pessoas em comum. Individualmente temos nossos desafetos, pessoas das quais discordamos, brigas bobas, etc.



Rebuscado de mais. As vezes coerente, as vezes não. Portamos um conhecimento lascado, fragmentado, pré-histórico. Gritamos bem alto, julgando com fúria os antiquários, colecionadores e toda a raça de comerciantes de antigüidades. Amargo. Incompreensível. Fazer Arqueologia é algo sublime. Justamente pelos seus costumes e desafetos. Somos arqueólogos porque sentimos. Brigamos. Lutamos pelos nossos ideais.

Quer saber como? Um simples estado de espírito. Vontade de seguir em frente e buscar respostas arrojadas. Estudamos para divulgar a nossa ciência, minha e sua. Somos éticos para inspirar novos cientistas. Não nos deixamos abater. Denuncie quem vende artefatos. Vá à polícia, não permita que isso aconteça. Comece uma guerra de proporções épicas contra os antiquários.


scrapironflotilla:   Rather improvised... | Andrew Ledford Views
Exercer a cidadania é tomar uma atitude. Seja empreendedor. Lute pelos seus valores. É o único jeito de mudar a sociedade. Para isso você tem que tomar uma atitude. Ser claro e preciso. Mesmo assim os seus costumes e desafetos vão permanecer. Lembre-se são eles que o fazem arqueólogo. E são estes os princípios que o diferem de um colecionador, antiquário ou traficante de artefatos arqueológicos.



Falta sentimento. Falta ideologia. Podemos criar, inovar e inspirar...
Enquanto isso o antiquário está cagando e andando.

sábado, 6 de novembro de 2010

Arqueologia do Joelhaço


Estava tomado de uma paranóia incontrolável. Gostaria de fazer a Arqueologia dos sonhos, perfeita. Inspirado em fatos reais, o moço foi procurar ajuda profissional. Tudo estava mais, muito mais veloz. Os prazos, o trabalho de campo, escrever o relatório... Tudo deveria ser feito em velocidade "the flash". Toneladas de informações se concentravam em sua mente, e na pia do banheiro. Funcionalista ao extremo, nada deixava passar aos olhos do jovem profissional. Vivia num mundo onde dinheiro parecia ser sangue, vital para a vida, precisava correr.

Descontrolado encontrou ajuda na informação. Essa Arqueologia barata de internet. Rápida e de fácil acesso. Percebeu que milhares de vídeos e websites tratavam exatamente disso: velocidade, ansiedade, angústia. Recordava os tempos de academia, lembrava de como tudo era mais simples, organizado e com finalidades bem definidas. Mas hoje não, não é mais assim. A esculhambação tomou conta de atividades rotineiras como uma simples coleta superficial sistemática.

The skeletons of Herculaneum. | Andrew's Social Media

Completamente emputecido com os novos rumos paradigmáticos, via apenas uma saída: a terapia. Na profunda análise de consciência gaúcha, aquela de raíz, do churrasco e do chimarrão. Imagine. Visualize a paisagem pampeana, com aquela serração típica de manhã fria de domingo, sol nascente... e o couro comendo na enxada. Através dos manuscritos dos sábios (em .pdf) encontrou a dádiva que tanto o seu espírito procurava. Praticando a Arqueologia do Joelhaço. Quanto mais forte for a pancada, melhor o resultado; quanto maior o empenho físico e mental, gotas de sucesso.

Conseguiam atender a milhares de contratos em apenas alguns minutos. Estava sedento por entrar nesse ritmo. Mas vender a alma não era uma opção, precisava apenas se adaptar. Enfim, não havia sentido em acompanhar o mercado nervoso, mas sim manipular as ações liberais de venda do conhecimento. Neste caso criou diretrizes, fundou códigos sólidos de Ética e trabalho. Se transformou no grande guru competitivo em patrimônio cultural.

Decorated human skulls dated to 9,500 years ago found at the Neolithic site of Tell Aswad | Andrew's Social Media

Lhe irritava profundamente o escopo psicótico da Arqueologia imediatista. Tomava pílulas de compromisso. Anti-depressivos fortes contra a profunda tristeza técnica que estavam ensinando; quem diria, escolas técnicas de Arqueologia. Bem, já era hora, estávamos precisando. Só Deus sabe se irão continuar com essa mania obsessiva de criticar sem fundamento os pioneiros. Maledicência filha da puta essa, hein!