domingo, 28 de novembro de 2010

Arqueologia Histórica na Mata Atlântica - O Fortim Português que se tornou engenho

Algum tempo atrás, eu e um colega de empresa encontramos uma estrutura muito antiga no meio da Mata Atlântica no litoral paulista.

Apesar de ser muito parecida com um fortim português do século XVI, ficamos sabendo através dos pesquisadores de Santos, de que se tratava de um engenho muito antigo.

Acontece que estávamos fazendo uma pesquisa numa área inédita, ilhada no interior de grandes margens de mangues e gamboas e, nesse espaço, ninguém havia percorrido desde a época da colônia. 

Veja o vídeo que gravamos no local: 


Depois que publicamos a descoberta nas mídias sociais, duas ou três entidades históricas da região disseram que já tinham o conhecimento da estrutura histórica.

Mas na verdade, não tinham noção da existência do significativo patrimônio histórico na região.

Tratava-se de um Forte Militar Luso-Brasileiro do início da colônia, construído entre 1532 a 1580, posteriormente tornou-se o engenho de um rico fidalgo português, entre os séculos XVII e XVIII, tendo sido completamente abandonado no início deste último século.


Fica o registro, foi muito bacana ter estado no local, no chão observamos faiança portuguesa antinha estilo aranhões e wave, bastante característico do período.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Costumes e Desafetos: diarréia do antiquário



barakatgallery:   Polychromed Stone Fu Dog... | Andrew Ledford Views
É, de fato, eles não o tem. Basta ser arqueólogo para saber o valor de escavar ao sol. Sentir a pele ardendo; caminhar horas para, muitas vezes, nada encontrar. Somos em geral pouco sentimentais. Mas o que é nosso, é nosso! Veja nós: você e eu. Não nos conhecemos... sei que temos pessoas em comum. Individualmente temos nossos desafetos, pessoas das quais discordamos, brigas bobas, etc.



Rebuscado de mais. As vezes coerente, as vezes não. Portamos um conhecimento lascado, fragmentado, pré-histórico. Gritamos bem alto, julgando com fúria os antiquários, colecionadores e toda a raça de comerciantes de antigüidades. Amargo. Incompreensível. Fazer Arqueologia é algo sublime. Justamente pelos seus costumes e desafetos. Somos arqueólogos porque sentimos. Brigamos. Lutamos pelos nossos ideais.

Quer saber como? Um simples estado de espírito. Vontade de seguir em frente e buscar respostas arrojadas. Estudamos para divulgar a nossa ciência, minha e sua. Somos éticos para inspirar novos cientistas. Não nos deixamos abater. Denuncie quem vende artefatos. Vá à polícia, não permita que isso aconteça. Comece uma guerra de proporções épicas contra os antiquários.


scrapironflotilla:   Rather improvised... | Andrew Ledford Views
Exercer a cidadania é tomar uma atitude. Seja empreendedor. Lute pelos seus valores. É o único jeito de mudar a sociedade. Para isso você tem que tomar uma atitude. Ser claro e preciso. Mesmo assim os seus costumes e desafetos vão permanecer. Lembre-se são eles que o fazem arqueólogo. E são estes os princípios que o diferem de um colecionador, antiquário ou traficante de artefatos arqueológicos.



Falta sentimento. Falta ideologia. Podemos criar, inovar e inspirar...
Enquanto isso o antiquário está cagando e andando.

sábado, 6 de novembro de 2010

Arqueologia do Joelhaço


Estava tomado de uma paranóia incontrolável. Gostaria de fazer a Arqueologia dos sonhos, perfeita. Inspirado em fatos reais, o moço foi procurar ajuda profissional. Tudo estava mais, muito mais veloz. Os prazos, o trabalho de campo, escrever o relatório... Tudo deveria ser feito em velocidade "the flash". Toneladas de informações se concentravam em sua mente, e na pia do banheiro. Funcionalista ao extremo, nada deixava passar aos olhos do jovem profissional. Vivia num mundo onde dinheiro parecia ser sangue, vital para a vida, precisava correr.

Descontrolado encontrou ajuda na informação. Essa Arqueologia barata de internet. Rápida e de fácil acesso. Percebeu que milhares de vídeos e websites tratavam exatamente disso: velocidade, ansiedade, angústia. Recordava os tempos de academia, lembrava de como tudo era mais simples, organizado e com finalidades bem definidas. Mas hoje não, não é mais assim. A esculhambação tomou conta de atividades rotineiras como uma simples coleta superficial sistemática.

The skeletons of Herculaneum. | Andrew's Social Media

Completamente emputecido com os novos rumos paradigmáticos, via apenas uma saída: a terapia. Na profunda análise de consciência gaúcha, aquela de raíz, do churrasco e do chimarrão. Imagine. Visualize a paisagem pampeana, com aquela serração típica de manhã fria de domingo, sol nascente... e o couro comendo na enxada. Através dos manuscritos dos sábios (em .pdf) encontrou a dádiva que tanto o seu espírito procurava. Praticando a Arqueologia do Joelhaço. Quanto mais forte for a pancada, melhor o resultado; quanto maior o empenho físico e mental, gotas de sucesso.

Conseguiam atender a milhares de contratos em apenas alguns minutos. Estava sedento por entrar nesse ritmo. Mas vender a alma não era uma opção, precisava apenas se adaptar. Enfim, não havia sentido em acompanhar o mercado nervoso, mas sim manipular as ações liberais de venda do conhecimento. Neste caso criou diretrizes, fundou códigos sólidos de Ética e trabalho. Se transformou no grande guru competitivo em patrimônio cultural.

Decorated human skulls dated to 9,500 years ago found at the Neolithic site of Tell Aswad | Andrew's Social Media

Lhe irritava profundamente o escopo psicótico da Arqueologia imediatista. Tomava pílulas de compromisso. Anti-depressivos fortes contra a profunda tristeza técnica que estavam ensinando; quem diria, escolas técnicas de Arqueologia. Bem, já era hora, estávamos precisando. Só Deus sabe se irão continuar com essa mania obsessiva de criticar sem fundamento os pioneiros. Maledicência filha da puta essa, hein!



sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Os limites entre o Público e o Privado ou A dança das Jujubas Malditas


Sempre que me perguntam qual é o compromisso social do arqueólogo, respondo: esforçar-se para se manter público. Hoje tudo é privado, provém da iniciativa privada; maluco, doido. Uma correria sem fim pela fonte, que seria traduzida por dinheiro, money, pilas, cash, fazmirrir.

É necessário ter educação empreendedora. Os líderes do futuro não tem limites de recursos. Usam o que têm. O conhecimento é poder. Este é o único recurso que, em ambiente público, se é necessário prover. E o privado? Quantos grandes projetos da iniciativa privada estão sendo "trabalhados" internamente em universidades públicas e gratuitas? Qual é o significado destes novos tempos?

A razão de ser da universidade é servir a comunidade, ok? Servir à grandes empresas: NÃO! Precisa-se formar opinião e assumir rigorosamente que a Universidade pública não pode, nem deve servir a grandes corporações financeiras. Aonde estaria o limite entre o público e o privado. E porque alguns transformam conhecimento em poder mais rápido do que outros.


An Iron Tsuba (sword guard) | Andrew's Social Media

Vivemos no mundo da informação. A nossa geração é visual e erótica. Mais informações é igual a conhecimento adequado, opinião; algumas vezes censura e coleguismo. Entre a universidade pública e gratuita e a iniciativa privada, existe uma expectativa e intenção transparente (platônica e utópica) de que ambos estão servindo à comunidade e a sociedade. NÃO! Ganância, dinheiro e uma parceria basicamente injusta no mundo do mercado.

Necropolis of Cerveteri | Andrew's Social Media


A sociedade, principalmente a periférica, assiste engessada ao processo que culmina em grandes projetos ambientais (econômicos) apoiados por universidades públicas e gratuitas. Ora, sejamos práticos, pobre não tem vez neste processo.

Com relação às jujubas malditas: nem todo mundo é ignorante; as pessoas estão observando. Estão preparadas. Um dia irão entender que o serviço público não deve ser misturado com as grandes empresas de engenharia ou de licenciamento. Enquanto esperam, elas dançam.


A copper and sentoku (Chinese bronze) tsuba (sword guard) | Andrew's Social Media

Pois bem, estes dias me senti uma jujuba ou, quase isso, chupando uma. Pasmem! Universidades públicas gaúchas dando apoio arqueológico e consultoria arqueológica na Amazônia? Nada oficial é óbvio. Mas nas entrelinhas consegui ler muitas coisas... endosso institucional, credito científico, editoração, publicação de revistas, etc. Naquele momento eu percebi que estava chupando jujuba, sem ter o que fazer nem ter como me manifestar. Eles detêm o poder. São públicos e se ajoelham ao privado.

Eu acho que por um longo tempo vou continuar ao ritmo da dança das jujubas malditas.

Um grande abraço a todos, paz e me desculpem se alguma coisa venha a causar algum desconforto epistemológico ou indisposição paradigmática em alguém.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A lógica do discurso na Arqueologia

O ponto fraco da teoria está na prática. As vezes falha quando colocada em prática. É importante saber qual é o compromisso. Aonde estão os objetivos. Qual as formas de abrir espaço para novas idéias. O discurso atual não faz sentido.

Teoria é fluidez. Prática é aplicação de método. A mescla dos termos e conceitos é sempre a porção mais deliciosa do bolo. Por mais direto que sejamos, sempre existirão mistérios. Entre estes, serão encontrados "métodos" divergentes e formas incomuns de conhecer o passado. Qual é realmente o propósito da Arqueologia? Reescrever o passado, contar e desvendar a história da humanidade. Não estou bem certo. Parece que o propósito está perdendo de goleada para o contrato.

Revelan la irónica manera en la que murió Lucy, 'la madre de la humanidad'


Mesmo assim é preciso estado de espírito. Lógica discursiva e coerência na Arqueologia, no saber-fazer, no dia-a-dia. Os detalhes são sempre marcantes. Em geral ranger de dentes entre profissionais ou então algumas brigas bobas entre egos gigantes, nada de mais. Alguns olham para o lado, outros continuam olhando pra frente. Falta educação empreendedora na Arqueologia, falta iniciativa. Quando falta de um lado, sobra do outro.

Em geral, não se tem idéia do trajeto. Vai-se em frente mesmo assim. Ser arqueólogo é responder ao chamado. Atender às espectativas. É fazer broadcasting pela pré-história. É viver com propósito e clareza. Nem sempre se tem a mesma predisposição por mídias sociais ou assemelhados. Imagino o dia em que voltaremos a fazer Arqueologia; sim, aquela Arqueologia que aprendemos e não essa que nos tem dado. Estamos satisfeito, contudo. Antenados, porém.

peashooter85:   Ancient Mesopotamian cuneiform... | Andrew Ledford Views

Poderia se tratar de vício de linguagem. Nem tanto. Saída para o banquete, conjunto de palavras que alimentam a educação patrimonial; estaremos preparados? Faz mesmo sentido tanto discurso teórico sem um propósito social? Divulgar, poder de publicação. Vantagem e expectativa, surge a necessidade de ampliar, falar e repensar.

É preciso escavar as visões de mundo; as percepções, as diretrizes. Sair por aí contando ao mundo a lógica do pensamento arqueológico, facilitar a vida e apostar no conhecimento. É dolorido observar tanta cristalização. É preciso mobilidade. Coerência. Sentido. O potencial de fazer está nas mãos (ou na mente) de quem quer falar, explicar, opinar.

sábado, 26 de junho de 2010

Arqueologia e Vontade de Potência

Transformar os medos em fontes de energia é algo raro. Demanda algum esforço. Ir além. Buscar novos horizontes e alianças. Desde sempre a Arqueologia, não só no Brasil, mas em outros países, foi escrita por loucos. Sim, loucos (no bom sentido). Quem, em sã consciência, deixaria a sua terra natal e escavaria no interior do interior de um clima tropical?! O Dr. Peter Lund.


El secreto de los míticos Guerreros de terracota chinos al descubierto

Os resultados mais brilhantes passaram por mãos de desbravadores. Abandonaram tudo e adentraram nações, escavaram, publicaram. Por que não ser louco, hoje? O que nos torna incapaz de seguir viagem, buscar nossos sonhos? O que está nos segurando? Ser arqueólogo não significa ser louco, lógico que não; com certeza significa ser ousado.

O sentimento de poder, de buscar, de obter novos dados. Supera e muito a necessidade urgente de escrever um relatório às 3:40 da manhã de um terça-feira. Libere o poder dentro de ti, pesquisador, arqueólogo, conhecedor do passado. Se não o fizer, outros o farão.

Alguns singelos aspectos precisam ser observados. Como já vimos aqui, a opinião é o principal motivo de ser do arqueólogo. Mas, contudo, muitas coisas vão além. Lute. Batalhe. Não se entregue. Os motivos, mesmo que banais, podem parecer gigantescos (alergias a pó, mato; medo de insetos e todos os tipos de bestas que habitam os arredores de um sítio arqueológico, inclusive engenheiros).

Científicos rusos revelan cómo se practicaba la cirugía cerebral hace 3.000 años

Bahhhh! Sim tchê, muitas serão as dificuldades. No fim a Arqueologia compensa tudo, acredite. Mesmo assim é bom estar alerta, algumas dicas: 1. não confie em ninguém; 2. tenha sempre uma carta na manga; 3. tenha sempre um isqueiro, papel higiênico e uma faca quando estiver em campo.

É preciso criar novos campos de mercado. Multiplicar as atuações e ações do arqueólogo. É possível ampliar horizontes com reflexões cosmológicas distintas e mutantes. Os replicantes tendem a se fu...r! Mas é lógico que toda a teoria copiada é, eventualmente, mais copiada ainda. Por isso, seja original (ser você mesmo já basta), não importa o momento, o lugar ou a cultura em que está inserido.

Los humanos son sospechosos del genocidio de los 'hobbits'


A força vem de ti. Está em ti. A qualidade das tuas pesquisas e os resultados estão bem mais além do que as relações pessoais. É quase espiritual. É um momento de reflexão. PARE E RESPIRE! Esteja aonde estiver, busque potência na sua história, na sua trajetória, no seu legado.



sexta-feira, 18 de junho de 2010

Trabalhe! Discurso de um Paraninfo.


"Dizem que conselho só se dá a quem pede".

E, se vocês me convidaram para paraninfo, estou tentado a acreditar que tenho sua licença para dar alguns.

Portanto, apesar da minha pouca autoridade para dar conselhos a quem quer que seja, aqui vão alguns, que julgo valiosos.

Não paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro.

Ame seu ofício com todo o coração.

Persiga fazer o melhor.

Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como conseqüência.

Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser nem um grande bandido, nem um grande canalha.

Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro.

Hitler não matou 6 milhões de judeus por dinheiro.

Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro.

E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham.

Porque são incapazes de sonhar.

E tudo que fica pronto na vida foi construído antes, na alma.

A propósito disso, lembro-me de uma passagem extraordinária, que descreve o diálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano.

O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse:
- "Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo."

E ela responde:
- "Eu também não, meu filho".

Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário.

Digo apenas que pensar e realizar, tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna.



Meu segundo conselho:

Pense no seu País.

Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si. Afinal é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo.

O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada.

Os pobres vivem como bichos, e uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não chega a viver como homens.

Roubam, mas vivem uma vida digna de Odorico Paraguassu.

Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia:

"seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito."

É exatamente isso que está escrito na carta de Laudiceia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito:

The Buddhist deity Achala Vidyaraja (Fudo Myoo) from the Heian period | Andrew's Social MediaÉ preferível o erro à omissão.

O fracasso, ao tédio.

O escândalo, ao vazio.

Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso.

Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso.

Colabore com seu biógrafo.

Faça, erre, tente, falhe, lute.

Mas, por favor, não jogue fora, se moldando, a extraordinária oportunidade de ter vivido.

Tendo consciência de que, cada homem foi feito para fazer história.

Que todo homem é um milagre e traz em si uma revolução.

Que é mais do que sexo ou dinheiro.

Você foi criado, para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e caminhar sempre, com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra.

Não use Rider, não dê férias a seus pés.

Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: eu nãodisse!, eu sabia!

Toda família tem um tio batalhador e bem de vida.

E, durante o almoço de domingo, tem que agüentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo que ele faria, se fizesse alguma coisa.

Chega dos poetas não publicados.

Empresários de mesa de bar.

Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta de noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam.

Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, porque não sabem recomeçar.

Porque não sabem trabalhar.

Eu digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem. De 8 às 12,de 12 às 8 e mais se for preciso. Trabalho não mata. Ocupa o tempo.

Evita o ócio,que é a morada do demônio, e constrói prodígios.

O Brasil, este país de malandros e espertos, da vantagem em tudo, tem muito que aprender com aqueles trouxas dos japoneses.

Porque aqueles trouxas japoneses que trabalham de sol a sol construíram, em menos de 50 anos, a 2ª maior megapotência do planeta.

Enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores impotências do trabalho.

Trabalhe!

Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam.

Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas, mas o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, e só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão.

E isso se chama sucesso.

"TRABALHE EM ALGO QUE VOCÊ REALMENTE GOSTE, E VOCÊ NUNCA PRECISARÁ TRABALHAR NA VIDA".

Begtse Chen from Mongolia, late 18th-early 19th | Andrew's Social Media

Texto de propriedade e autoria de Nizan Guanaes

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Quebra-pau do século: Contrato x Projeto Científico

Caros amigos,



Alguém deveria colocar o "contrato" no divã de um psicólogo e avisar-lhe que ele não é um "projeto científico". Seria uma terapia de longo prazo, onde lentamente seria retirado da cabeça do contrato a noção de que sozinho pode desenpenhar a função de um projeto científico. Além de equivocado, parece estar dopado de algum substância epistemológica desconhecida.



Magia negra talvez, mas não adiantaria. Após o decorrer de anos, o contrato ainda se sentiria como um projeto científico. Entre os contratos não há leitura, os colegas não se leêm entre sim... O projeto científico é mais leve, apesar de ser portador de problemas parecidos. Ainda existem os congressos. O contrato é duro, pesado, vazio, seco e perigosamente veloz. Um projeto ciêntífico é leve, solto, molhadinho, com equipe bacana, risonho, alegre, leve e brilhante como uma manhã ensolarada de domingo.

O contrato é rigoroso, empedrecido, triste, instantâneo, fatalista. Falar de contrato é falar do habitual, do dinheiro, do resultado. É melhor, nestes casos, ser boca de largatixa do que cola de jacaré.

O projeto científico é sutil, durável, com o pessoal comprometido, envolve conhecimentos individuais, valores e construção de conhecimento. Boas interpretações. Nesse caso é bacana ser criativo, volátil e servidor.


Essa é a quipe de Arqueologia de Rio Grande em 1984. Obrigado pessoal, por me ensinarem a diferença.

Instituições fazem contratos sonhando que tem um projeto científico. Negativo. Puro delírio. É bom saber. Um projeto científico têm metas, um contrato tem objetivos momentâneos. Um projeto científico tem compromisso com seus pesquisadores, um contrato os trata como massa de manobra e os coloca em posições commodities.

O contrato não é projeto científico.



sábado, 24 de abril de 2010

ARQUEOLOGIZANDO CONTRA O PARADIGMA MATERIALISTA


O PARADIGMA MATERIALIASTA E A NEGAÇÃO DA MEMÓRIA RESIDUAL
As empresas, no fundo, sabem que podem produzir dois tipos de Arqueologia. A Arqueologia que gera conhecimento e a Arqueologia de _______. É como o bem e o mal, todo mundo tem um pouco, uma parte. Metamorfose. Estilo.

Eu lamento pelos que fazem Arqueologia de ______. Sei o quando é difícil fazer sempre a mesma ______. ao mesmo tempo. Aos que geram conhecimento, pensamos em interpretação. Cognição e interatividade. Evolução. Alguns continuam a fazer a Arqueologia de _____. Os significados podem ser muitos. Semânticos empilhados num canto da cozinha. Alegria que desafia os ambientes carregados, que intertem os palhaços.



O estilo é explícito, claro, evidente. Força, beleza, graça. A Arqueologia que gera conhecimento é elegante, absoluta, própria, gigante. São os remorsos talvez, a dúvida ou o excesso de preocupação que fazem da Arqueologia de _______. a mais comum no Brasil. Decepções. Desistências. Descréditos coorporativos.

Belo Monte, por meus pensamentos, és o que és e vais permanecer assim. Ohhh Belo Monte de Altamira PA... Quantos homens para deflorarem as tuas virgens? Quantas vozes que agonizam sem serem escutadas. Belo Monte só posso (ch)orar por ti. Mantenha-se firme.


Geramos conhecimento, escavamos, estou e estive lá no sertão. Linha de frente. Arqueologia de campo, sem muita enrolação, apenas tática, técnica e conhecimento. Mas a Arqueologia de _____. está sempre a um passo atrás, já notou? Estão sempre procurando um meio de causar encomodo, brigas e conflitos judiciais. Bla Bla Bla (Ministério Público). Arqueologia de ______. que se esconde atráz de órgão fiscalizador de normativa, denuncias, mesquinharias.



Então, tu fazes uma Arqueologia que gera conhecimento ou uma Arqueologia de ______? Estás com dúvidas de como saber? Algumas dicas: 1. pesquisador que cuida da qualidade da produção de outro pesquisador; 2. Dicas sobre sítios escavados com patrolas, e que não seria útil; 3. Linha de transmissão imensas sendo furadas buraquinhos a cada 50 m, num trecho de 340 km; 4. Não aceitar uma pessoa na equipe por que o mesmo se diz "pronapiano" ou "processualista" (puro preconceito epistemológico). E por fim se tocarem em Belo Monte, farão definitivamente uma Arqueologia de _______.


domingo, 4 de abril de 2010

Arqueologia e Sentimento: como criar um?



Tudo parece sombrio. As imagens se embaralham e nada conseguimos ver. Aquele calor que invade a alma, toma conta da nossa motivação parece ter desaparecido. Nada disso! Estamos lidando com tempos turbulentos, é verdade. Conhecemos pessoas que estão aqui por que "são apaixonados". Amam o que fazem, tudo bem. Agora imaginem se todos estivessem fazendo o que amam?

Empenho. Compromisso. No sentido literal, entendemos como: se ferrar e continuar seguindo em frente. Melhorar a qualidade dos seus produtos.

Servir!



É preciso estar alerta para as tendências. E a principal delas está centralizada no preenchimento das frustrações. Fazem décadas que nossos clientes esperam por conhecer arqueólogos, é não os encontram. Por quê?

Mostramos tudo o que temos, entregamos relatórios fabulosos, mas o que estaria faltando? Necessidades legítimas. Estamos frustrando nossos clientes justamente por não satisfazer suas expectativas de como são os arqueólogos. Aquele maravilhoso mundo da imaginação e aventura está sendo exterminado por pessoas que não tem o mínimo senso de humor.




Onde está o seu chicote e o seu chapéu? Tem certeza mesmo de que ele deve morrer? Mas ele vive, ele inspira, motiva... cria novos mundos, vai na frente, vá além. É preciso ser como o cão-guia da matilha: chega primeiro na paisagem, fareja coisas novas em primeira mão e não fica olhando o rabo dos outros.


Será que a Arqueologia moderna está mal-humorada? Não, acho que não. Crie um sentimento, inove e traga novos estímulos. O sucesso dos negócios está na relação entre as pessoas e a capacidade delas satisfazerem suas perspectivas entre si.

Inove!

Mesmo que tenha que começar do zero e tentar tudo de novo. Lute. Olho por todos os lados e vejo muitos artefatos, muitas escavações, mas vejo pouco sentimento, pouca identidade. Temos que considerar com carinho essa de formar opinião e reescrever a história. Precisam dos nossos serviços justamente por causa disso, trazer sentido e sentimento ao que estão gastando.




Infelizmente, alguns ainda acreditam que é por causa da bendita lei.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Arqueologia do Chicote



Ela é assim, anda de lado. Tudo que peço, gentilmente me fornece. O que a Arqueologia é/faz para você? Uma dama ávida por glórias, fama e descobertas... Uma louca insaciável com cabelos ao vento e olhar de serpente? Por mais que tente imaginar, esqueça... pro inferno com isso! O que diabos VOCÊ está fazendo pela Arqueologia????

Nomes e glórias, egos e tradições. Dos mitos e lendas, és aqui adolescente no Brasil, velha na Inglaterra. Ecos dos teus martírios esparramados aos quatro ventos. Esperança de novos tempos. Outras leituras.

A Arqueologia; somos nós.

Para que desperdiçar tanta criatividade em cópias idênticas. Permita que a proposta seja duradoura, que desafie gigantes, que domine novos territórios. Arrisque mais! Pule, e a rede aparecerá em baixo. Coragem, insista. Invista em você mesmo, leia.

Hill of Tara

Lembre-se que o medo mantém as pessoas pequenas. Sonhe grande. Acredite. Muitas pessoas precisam exatamente dos vossos serviços. Sirva, sem culpa, sem arrependimento. Inspire pessoas. Onde hoje é vazio crie sentimentos. Construa, mesmo que já existam castelos no lugar.

Se não mudarmos a direção, vamos parar exatamente aonde começamos. É preciso viver, amar, chorar e finalmente... lembrar que só temos esta oportunidade para mudar a História.

sábado, 20 de março de 2010

Arqueologia: Estímulo e Motivação


Quando as pessoas percebem que existem mais rostos do que idéias, sinto muito, mas acabam ficando chatas. Uma cabeça é capaz de produzir milhares de idéias, tantas quantas forem necessárias. Mas como estimular um arqueólogo? Tantos de nós, por aí, famílias longe, passos largos, olhares desapercebidos. Bom, comece transformando tudo em limonada, por que aqui fora é muito fácil conseguir limões. Vai continuar chupando limão?

Nada substitui aquele doce saber e a vibração da descoberta de um novo sítio arqueológico ou o abraço de uma antiga amiga. É necessário criar um sentimento. Onde o arqueólogo se sinta em casa, um lar... Difícil. Fora da lógica. Parece que não. Ah um sonho! Um dia eles(as) sonharam, não avançaram; um dia se iludiram e logo deixaram tudo pra trás. Muitos desistiram.


Salt's secret success in ancient Chaco Canyon

O fato de não saber a direção, não ter certeza. Tudo bem. A maior parte de nós entrou no negócio sem saber aonde iria parar. É meio engraçado, mas agora que estamos aqui tudo faz sentido. Escavar com amor, olhar nos olhos do futuro com carinho. Seja o melhor! A Arqueologia precisa de pessoas inovadoras e arrojadas, OUSADAS. Que encontrem no campo o conforto de sua casa. Que olhem os laboratórios como ninhos de saber. Sejam filhos da madrugada, leiam.

É melhor esquecer estruturas prontas. Os livros de receita nem sempre ajudam a cozinhar. É preciso encontrar novos caminhos, novas respostas. Sinta-se bem com a Arqueologia. E descubra o que você realmente pode fazer pela nossa ciência.

Como você se sente hoje?? Gostarias de conversar e ver as coisas se acalmarem?



domingo, 7 de março de 2010

Os tigres da Arqueologia


A estabilidade foi pro espaço, não é mesmo? Os primeiros sintomas de que uma empresa vai mal é a manutenção errada do time. Aquela velha frase "em time que está ganhando não se mexe". Cuidado! Alerta. Mudanças são necessárias. Um time de mil ovelhas, ou três leões cooperativos?

Ontem eu observava as pessoas na praia. Dois padrões surgiram. Grupos de famílias de um lado e solteiros de outro. Advinha quem competia mais por espaço? Exatamente, solteiros. Por quê? Você conhece um grupo que não se apóie na liderança? Acho que não. Reunir as qualidades individuais formar grupos de interesse, motivar. 

Lord of the Rings: Rare discovery in Bronze Age tomb prompts new consideration of Greek history

Em primeiro plano, conhecer os seus concorrentes e saber quanto vale a sua profissão no mercado. Carreira e fantasia podem e devem caminhar lado a lado. Sonhe, construa, crie. O medo e a falta de coragem impedem as empresas de inovar, sair na frente.

Use a cabeça pra pensar, confronte os seus medos frustrados. O importante é reconhecer que seus clientes são multiplicadores de informação. Divulgue o seu bom tratamento, sua qualidade de atendimento. Force a barra, instrua-o a ser ousado, ganhar campo e mercado.

Analysis of DNA from early settlers of the pacific overturns leading genetic model


Quando inovar? Boa pergunta, talvez eu não tenha a resposta. Perder o medo do ridículo, talvez. Faça alianças, por mais óbvias que elas pareçam ser.

Até a próxima postagem pessoal!

Abraços,

MSN: marlonpestana@hotmail.com